Cinco dias para construir um clássico
Cadeira de jantar Balloon back, em imbuia.
Muitas cadeiras se pareceram com essa da foto acima. Isso no tempo em que cadeiras eram feitas por pessoas. Os móveis de hoje em dia se transformaram muito, construtivamente e visualmente, o que se deve em enorme medida à mecanização do fazer.
Pesquisar a tradição Windsor tem sido um caminho maravilhoso. Você se depara com um acúmulo de inteligência, eficiência e simplicidade realmente raros.
No fim de novembro tivemos na Marcenaria do Bosque a primeira edição de um curso para construir essa cadeira. Foi uma experiência de aprendizados e trocas muito rica, além de um grande desafio. É muito diferente produzir esse tipo de peça sozinho, de ajudar um grupo de 4 ou 5 pessoas a produzí-la. Isso porque muito do processo tradicional Windsor se dá de forma realmente artesanal, naquele tipo de dinâmica entre a mão e a ferramenta que não é simples de explicar, de descrever, porque resulta de uma interação delicada, uma conversa constante com o material. Aquele tipo de coisa que a gente sabe fazer mas não necessariamente sabe explicar, como o ponto da massa do pão. Cadeiras como essa guardam um encanto especial porque a gente sente mesmo que ela surgiu da nossa atenção, habilidade e cuidado. Os cinco dias que passamos juntos foram intensos: acordamos, nos alimentamos e dormimos pensando nas etapas, nas ferramentas, em como iríamos esculpir aquele assento, ensaiando o movimento contínuo e sauve do tornear, entregues por vezes à introspecção do esculpir no banco de tanoeiro.
O resultado das peças feitas aqui e das pessoas refeitas ao longo desse período, está nas fotos. Para apreender por completo a dimensão desse tipo de jornada, só mesmo experimentando em primeira pessoa.
Após o recesso de fim de ano divulgaremos a agenda de cursos e eventos de 2025. Esperamos você aqui!
Boas festas!
Conversa constante com a matéria 🤎